quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O portão 11 existe?

Sexta-feira, semana de dia dos pais, aeroporto lotado, dia corrido e pessoas desorientadas, inclusive ela.
Pra variar, ela chegou ao aeroporto atrasada, desesperada, decabelada e esbaforida. Mal conseguia carregar a mochila e as malas. Encarou a longa fila de check-in e já saiu correndo para a sala de embarque.
Logo que entrou na tal da sala, olhou seu bilhete de embarque e lá estava escrito, embarque: portão 11. Ela levantou a cabeça olhou para as plaquinhas e lá estavam as indicações: portões 5 a 12 para o lado direito e 13 a 23 para o lado esquerdo. Em um lapso de minutos, e não de segundos, no mundo mundo dela o 11 estava localizado em algum lugar entre o 12 e o 13, ou seja, ele não estava em lugar nenhum!!! Ela olhou novamente para as placas, procurou novamente o 11 e nada. Ela só conseguia pensar: Como assim? Tem alguém brincando comigo? Cadê o portão 11?
Indignada, ela se dirigiu ao balcão da cia aérea, e com toda arrogância que achou dentro de sí, disse à funcionária:
- Por acaso o portão 11 existe?
A funcionária, na maior boa vontade do mundo, olhou sorridente e respondeu:
- Existe, fica pra lá.
Ela indignada, e sem conseguir entender nada, foi se explicar:
- Na placa, está escrito 5 a 12 para a direita e 13 a 23 para a esquerda.
A funcionária, entendendo menos ainda a situação, respondeu:
-Isso!
As duas ficaram se olhando com cara de desentendimento, até que um outro funcionário, atento à situação, olhou e simplesmente disse a ela:
-10, 11 e 12.
Naquele momento tudo passou a fazer sentido, o mundo se abriu e ela percebeu o que tinha feito, e se tocou o porque de ninguém estar entendendo o que ela falava. Basicamente ela queria abrir um buraco no chão, pular dentro e nunca mais sair de lá. Como isso não era possivel, ela simplesmente abriu um sorriso amarelo e disse: - Obrigada - e saiu correndo de tanta vergonha.
Enquanto corria até o tal do portão 11, que por sinal era no fim do aeroporto, ela só conseguia pensar no que a mulher ficou pensando dela, se a mulher estava pensando no que ela fumou, bebeu ou etc. Mas, graças ao bom Deus, ninguém ali, com excessão dela e da funcionária, sabia o que tinha acontecido. Finalmente ela conseguiu chegar até o portão 11, e automaticamente ao avião que lá estava estacionado. No avião ela dormiu profundamente, e acordou em outra cidade, que nem portão 11 no aeroporto tinha, como se nada tivesse acontecido!