domingo, 21 de novembro de 2010

O ciclo das mudanças

Deitada na rede da varanda, com a porta aberta, assistindo ao show do Paul pela TV. Esse é o retrato do meu domingo nostálgico e solitário.
Acho que as mudanças na vida das pessoas acontecem como ciclos. Durante um mês inteiro, ocorrem diariamente mudanças drásticas, depois elas entram eh um profundo hiato, até que simplesmente voltam.
Foi assim quando eu me mudei pra São Paulo. Saí de casa, entrei na faculdade, me percebi como adulta, me estranhei como adulta, comecei a trabalhar em comunicação, a usar as roupas que nunca tinha usado, a fazer mais tatuagens, a perceber diferente. Por um ano as coisas se estabilizaram até que tudo começou de novo, no dia em que pedi minha primeira demissão. Em um mês, abandonei os sapatos altos, a falta de tempo, o horário de trabalho, o stress com a merda que os outros fazem e a preocupação com o que os outros pensam da minha aparência. Voltei às havaianas, aos esmaltes coloridos, às viagens pra Goiânia, às minhas amigas e principalmente à dedicação ao meu sono!
Junto com essas mudanças voltam as lembranças dos meses de mudanças passados. Voltam Los Hermanos, Leandro e Leonardo, Cássia Eller, Pedro e Gusttavo. Voltam o skate, o fotolog, e o itatiaia. Porém, ainda permanecem expectativa, o sonho, a saudade e finalmente, a perspectiva.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

É sempre assim, não satisfeitos com a vida que levamos, ficamos buscando em algumas coisas a vida que achamos que deveríamos ter tido.
Quando você se pega perguntando a si mesmo, o que teria acontecido se eu tivesse feito tal coisa ao em vez de outra coisa? Ou, se tivesse ido a tal lugar, que deixei de ir? Acho que nessas perguntas sentimos saudades do que não tivemos ou não vivemos, ou dos amigos que não fizemos, ou que deixamos.
E dai surge essa constante pergunta, que nos martela diariamente quando fuçamos o orkut dos nossos antigos amigos. Quando observamos a vida que eles levam e nos perguntamos como seria se levassemos a mesma vida que eles, ou se ainda fossemos amigos deles, teriamos o mesmo estilo de vida que eles?
Seria legal se pudessemos testar, me cansei dessa vida e vou voltar a ser amiga daquela pessoa e viver a vida igual à dela, e dai quando enjoar eu volto à vida antiga. Que tal?
Ok. Enquanto isso não pode acontecer, continuamos vivendo nossas vidas e sentindo saudade da vida dos outros.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Doce Solidão

Hoje fiz um passeio a um lugar de São Paulo até então desonhecido por mim. Tatuapé, ou Tatu a pé como prefereria meu pai. Poderia diz até Tatu à pé se alguem preferir assim.
Quando ainda morava em Goiânia, sentia um frio na barriga quando andava pelas ruas de São Paulo. Ficava observando as iluminadas ruas desta cidade e me deslumbrava. Era uma estranha sensação de decifrar algo novo. Depois que me mudei para ca, vária vezes me encontrei lamentando o fato de não sentir mais esse deslumbre, Não sei se o lamento era por não sentir mais, ou por saber que não sinto mais porque já me habituei à cidade.
Hoje no caminho até o Tatuapé, fui observando, uma vez que o metro que leva até lá é ao ar livre. Quando a voz falou "Proxima estação Brás" percebi que nunca havia feito aquele caminho antes. A partir dai a minha observação se tornou mais intensa, e pude novamente sentir o mesmo frio na barriga deslumbrado que sentia antes.
Uma sensação deliciosa, sentida em uma São Paulo noturna e iluminada, em um momento doce e sozinho.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Da mesma forma que eu nunca me cansarei de escrever minha saudade por ela, eu nunca deixarei de me emocionar com a voz dele cantando em meus ouvidos. Mesmo que esse som venha través de fones em uma altura considerável. Quem sabe um dia terei a oportunidade de ouvir esse som nos meus ouvidos pessoalmente? Acho que se esse dia chegar, desmaiarei antes mesmo de ouvi-lo falar.

Olho nos seus olhos, e sinto que você faz eles brilharem como astro rei. Olhe nos meus olhos e o que você vai ver? Seu rosto iluminado, a lua de um além. Eu leio as suas asas, Borboletas. Meu Deus que linda imagem, me atormenta.

Nando Reis - Nos seus olhos.

segunda-feira, 1 de março de 2010

A transformação do "até breve" em adeus.

Hoje eu precisava escrever aqui. O mundo desabou e quando me lembrei do blogue achei minha válvula de escape.
Normalmente os textos que escrevo aqui não especificam as pessoas a quem me refiro. Porém o contexto permite que os leitores, na maioria das vezes, descubram quem elas são. Hoje, possivelmente ninguem saberá quem é o objeto da minha lembrança.

Acho que comecei a me lembrar dele depois de uma tarde na marquise do ibirapuera, onde eu vi as pessoas andando de skate. Percebi que hoje faz 6 anos, 1 mês e 6 dias que ele foi embora. Foi ai que me toquei que todas as declarações e promessas de que a distância não separaria nossa amizade e cumplicidade foram esquecidas.
O dia em que ele foi embora, um pedacinho de mim foi junto. Foi um período muito longo de tristeza, que começou com a contagem dos dias que faltavam para ele ir embora e nunca terminou com a contagem dos dias que faltam para ele voltar. Nos primeiros aniversários ele ligou. O tempo foi passando até o dia que ele não ligou mais. Nas primeiras brigas de namorados ele me ligava pra desabafar. Depois o tempo foi passando, eles ficaram noivos, depois se casaram, se tornaram pais, e ele não ligou mais. As nossas vidas foram seguindo em caminhos diferentes e ele não ligou mais. Fiquei me perguntando por muito tempo se ele ainda tinha guardado na carteira o bilhetinho de despedida que eu escrevi, ou a camiseta que eu assinei falando que ele seria sempre o meu "irmão".
Conclui que o pedacinho que foi embora junto com ele, deixou um buraco aqui. Mas eu já me acostumei tanto que nem sinto mais. Hoje não nos falamos mais. Eu sinto falta. Foi mais um ciclo que não foi concluido, que deixou um vazio.
Hoje somos literalmente pessoas opostas. Até porque eu não ando mais de skate . Acho que a única coisa que temos em comum atualmente é a felicidade. Mas, se ainda tivermos em comum isso, eu já me sinto muito feliz.
E a pior parte disso tudo? Cair na real de que ele nunca mais será mais do que uma gostosa lembrança.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Esmalte Malícia

Hoje enquanto pintava as unhas me lembrei dela. Na época em que eu ainda morava em Goiânia, a maior barreira que existia na minha vida era pintar as unhas da mão direita. Tirar cutícula então era uma coisa inimaginável. Lembro-me dela me falando que era tudo uma questão de prática. Que quando ela se mudou pra Goiânia era leiga igual a mim ,mas que atualmente se considerava uma profissional. Pelo menos com relação às próprias unhas. Hoje eu cheguei à conclusão de que sou quase uma profissional. Nesse momento senti uma felicidade incrível, mesclada à gratidão e à uma gostosa saudade que sinto por ela.
Na verdade o episódio das unhas serviu pra ilustrar o quanto ela me ajudou a ser alguem melhor em todos os sentidos.
Sinto falta de tudo, mas principalmente das conversas em finais de tarde. Eu sempre debruçada na janela, que atrapalhava um pouco por causa das grades de ferro em formato de losango.
O simples fato de escutar Los Hermanos enquanto esperávamos o arroz de limão ficar pronto era algo divino, e que faz muita falta. Eu dava valor a esses momentos, mas hoje ,além deles, eu valorizo a voz e o sorriso dela. Estes vinham sempre acompanhados de alguma conversa interessante ou de um silêncio gostoso e cômodo.
Hoje eu simplesmente percebi que se algum dia eu fizer uma múisica, pra dizer a ela o quanto eu a amo, usando um objeto que representasse essa amizade, assim como o Nando Reis fez para a Cassia Eller usando um All Star, a música se chamaria Esmalte Malícia.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Graças a Deus, ano velho.

De algum tempo pra cá já estava me acostumando a dias aeroportuários, Porém aquela segunda-feira foi diferente! Foram 14 horas entre aeroportos, pousos e decolagens. Muitos amigos descartáveis, 5 cidades, duas escalas e 210 páginas de um livro de 250. Uma segunda-feira chuvosa, de aeroportos fechados, voos perdidos, com um cristo encoberto pela neblina e muiita vontade de chegar em casa.
Porém depois de todo o pesadelo aéreo, um final de ano família, interiorano e calmo. Bem diferente do que foi o ano inteiro. O engraçado é que um dos meus pedidos de ano novo foi perder menos tempo da minha vida em aerportos.
A pior parte? Amanha mais 3 horas aéreas, isso se tudo der certo! E então voltamos novamente à nossa correria paulistana.
Por isso, um feliz ano novo a todos!